O envelhecer do brasileiroAs projeções do IBGE apontam que, durante o século 21, a parcela dos brasileiros que têm mais de 65 anos chegará para 48,9 milhões, enquanto que o número de crianças cairá para 28,3 milhões. Fora isso, a idade mediana do brasileiro, que era de 20 anos em 1980, chegará a 40 anos em 2030, devendo atingir 46 anos em 2050....
No Brasil, até o início do século 20 a velhice foi tratada como uma questão privada, de responsabilidade da família ou de entidades filantrópicas e religiosas. A Constituição de 1934 foi pioneira em reconhecer a especificidade da pessoa idosa, sob a forma de direitos trabalhistas e previdenciários....
Entre 1990 e 2009, o idoso brasileiro teve sua expectativa de sobrevida aumentada, seu grau de deficiência física ou mental foi reduzido, passou a chefiar mais suas famílias e a viver menos na casa de parentes. Também passou a receber um rendimento médio mais elevado, o que levou à redução do seu grau de pobreza e indigência.... Contudo, o país ainda enfrenta vários obstáculos que dificultam o envelhecimento saudável de sua população. A grande maioria dos idosos não recebe uma aposentadoria digna (em geral, os benefícios não chegam a dois salários mínimos) . O Estado frustra expectativas de direitos e muitas vezes se omite em garantir esses direitos. Exemplo disso são os trâmites para aposentadoria, pensão e outros benefícios devidos, que demoram a ser concedidos ou corrigidos....
Esse ônus acaba recaindo sobre o município que tem que pensar seriamente em políticas públicas que abordem um envelhecimento saudável para uma população tão numerosa e é nesse vácuo que as instituições LPI (Longa permanência para Idosos) surgem para alegria e alívio dos poderes públicos municipais, uma vez que as LPIs filantrópicas chegam a 65%, das entidades que abrigam idosos, as privadas representam 28% e as públicas ficam com, apenas, 7% desse setor.